Apontar a filosofia como contribuição na educação exige algumas considerações às quais partirei do pensamento de Marilena Chauí (2001:9) a respeito da filosofia. Para ela quando desejamos conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos estaríamos começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica. Percebemos que em um primeiro momento a Filosofia é a decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana sem antes havê-los investigado e compreendido. A primeira característica da atitude filosófica é negativa, pois diz não ao senso comum, às idéias da experiência cotidiana, ao estabelecido. A segunda característica da atitude filosófica é positiva, pois interroga sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem a atitude crítica e o pensamento crítico. Segundo Chauí (2001:15) em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata. Por isso, ninguém pergunta para que as ciências, pois todo mundo imagina ver a utilidade das ciências na aplicação à realidade.O senso comum não enxerga algo que os cientistas sabem muito bem que verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas. O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a Filosofia quem as formula e busca respostas para elas. Assim, o trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da Filosofia, mesmo que o cientista não seja filósofo. Assim, mesmo se disséssemos que o objeto da Filosofia não é o conhecimento da realidade, nem o conhecimento da nossa capacidade para conhecer, mesmo se disséssemos que o objeto da Filosofia é apenas a vida moral ou ética, ainda assim, o estilo filosófico e a atitude filosófica permaneceriam os mesmos, pois as perguntas filosóficas - o que, por que e como - permanecem. A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio. Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.
Fonte: http://www.unifae.br/publicacoes/pdf/sustentabilidade/alexandre_osmar_editorado.pdf Mostrar menos
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