A
exposição filosófica deste conceito possui uma intenção: contribuir para novos tipos de sociabilidades
sustentáveis, sendo a educação a fonte propagadora para a criação destas sociedades futuras. A
atualidade exige muitas considerações sobre o que vem acontecendo à humanidade e seu modo de
proceder em relação à natureza. Não podemos deixar de lado determinados conceitos que são
veiculados, na maioria dos encontros e colóquios, sobre a devastação que assola o planeta. O que somos
atualmente e qual a nossa postura neste presente? As respostas são inúmeras e dentre elas podemos,
sem dúvida, afirmar que somos ocidentais e que possuímos o discernimento de nos situarmos após o
esclarecimento, sendo este compreendido como um tempo, uma época, em que o homem passou a ter
atitudes reflexivas. O homem teria saído de sua minoridade passando à autonomia de refletir a partir de
seu próprio entendimento. No entanto, qual é a autonomia que o homem possui diante das situações
em que assistimos ao desparecimento de mananciais e reservas florestais? O tom desta indagação
incide diretamente sobre a preocupação com o meio ambiente e leva a inúmeros questionamentos,
porém a crescente onda de violência solicita-nos um exercício mais intenso de pensamento. Ao
tratarmos de pensamento, na maioria das vezes, deixamos de levar em conta que a preocupação dos
pensadores, desde o início da filosofia, sempre girou sobre o que os gregos denominaram de physis.
Tudo o que é passível de crescimento é comprendido como physis. Os antigos filósofos gregos se
espantavam com tudo, tudo causava espanto e admiração. Todavia, não se deve deixar de lado, que a
physis não se resumia somente ao que consideramos natureza – como aquilo que é verde e sem a
presença do homem – physis é tudo que se desenvolve. Os gregos queriam saber o seguinte: o que tar designar o que mantinha a coesão dos elementos e partes das coisas que apresentavam
sinais de mudanças. Algo pode mudar de fases sem deixar de ser algo, portanto uma unidade
provavelmente mantém o desenvolvimento dessas mudanças. Ora, estas conclusões aparecem
indicando que tudo que é percebido pelos nossos sentidos é imediatamente pensado. No entanto, não é
assim que as coisas funcionam quando se trata de pensar filosoficamente; ao falarmos de mundo, não o
estamos percebendo em sua totalidade; do mesmo modo, ao falarmos de natureza não a apercebemos
também em sua totalidade. Neste sentido, faz-se necessário atentar para a educação através de
conceitos. A educação sustentável implica em termos noções filosóficas que remetam diretamente aos
conceitos. A filosofia contemporânea é de grande valia por pautar-se em problematizações que
envolvem a criação de conceitos sem perder o contato com as criações de funções e agregados sensíveis
concernentes aos afazeres científicos e artísticos. A educação sustentável requer a compreensão de
novos conceitos como diferença, acontecimentos, territórios, temporalidade e outros. Deste modo, as
apreciações filosóficas sobre o conceito de desenvolvimento sustentável devem fazer parte de todas as
ações que digam respeitos á propagação deste conceito.
Fonte: http://www.anppas.org.br/encontro6/anais/ARQUIVOS/GT6-713-510.pdf
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